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Ninguém faz você sofrer mais do que você mesmo

Atualizado: 19 de abr. de 2021


Quando eu me toquei disso, minha vida começou a mudar. Percebi que era realmente isso: eu era a maior culpada do meu sofrimento. Com esse autossofrimento, aprendi a criar algumas barreiras e limites, que é até onde consigo tolerar do outro. Quando um outro alguém ultrapassa esse limite, instintivamente eu me afasto. Quando ele me faz sofrer menos do que eu mesma faço, eu tolero. E aí está o perigo. Podemos ficar "tolerando" esse sofrimento por tempo indeterminado.

Isso porque, se criamos um limite de sofrimento que seja demasiado grande, podemos tolerar coisas intoleráveis, desumanas.

E sabe o motivo disso? É sempre o nosso sistema de crenças. Com base nele, fazemos tudo na vida: acreditamos que merecemos algo ou não; nos aceitamos ou nos rejeitamos; nos punimos ou nos damos recompensas; nos julgamos ou nos fazemos de vítimas. E, claramente, fazemos isso tudo com o outro.

Comecei a refletir sobre isso quando li "Os quatro compromissos", de Don Miguel Ruiz. Livro imprescindível para qualquer um que busca autoconhecimento.

Nós criamos algumas imagens e padrões que consideramos ser perfeitos. Mas isso tudo é ilusão. Nunca vamos nos encaixar nessas imagens. Nem o outro. E assim nos rejeitamos. Não nos perdoamos por sermos imperfeitos. E como pode o outro se encaixar?

Mas, o pior de tudo, é que essas imagens são criadas na nossa infância, quando precisávamos agradar nosso papai, nossa mamãe, os irmãos, os professores. E agora, adultos, não conseguimos perdoar a nós mesmos por não sermos perfeito. Nós somos os piores juízes.

E esse veredito final é tomado com base nas nossas crenças, criadas na nossa domesticação.

Sim, passamos por um processo de domesticação. Assim como os animais, somos ensinados desde crianças que, ao fazer a coisa certa, ganhamos uma recompensa. Ao deslizarmos e falharmos, ganhamos uma punição.

Não acredito que devamos culpar nossos pais por esse processo de domesticação. Eles nos ensinam o que sabem. Devemos sempre honrá-los.

O ponto aqui é: esse processo de domesticação nos ensina a sermos seres humanos. Mas também nos ensina a julgar. Quando fazíamos algo que o papai ou a mamãe queriam que a gente fizesse, como tirar boas notas, recebíamos um "Parabéns, bom menino, vamos comer algo diferente para comemorar". Porém, quando não atendíamos as suas expectativas, a punição era certa. Com base em quê eles julgavam o que era certo ou errado? No seu sistema de crenças. E é isso que carregamos.

Sempre fomos castigados ou recompensados por nossas atitudes.

Como não ter medo , então, do julgamento dos outros?

Como não querer fingir ser quem não somos para agradar os outros?

Precisamos fingir ser outra pessoa para não sermos rejeitados.

E aí aprendemos a colocar uma máscara que nos torna alguém que nem nós mesmos conhecemos.


Esse sistema de crenças nos fez ter duas partes: o juiz, que julga tudo e a todos; e a vítima, que carrega a culpa, a responsabilidade e a vergonha. Toda vez que nos vitimizamos nos dizendo o quanto não somos bons o suficiente, o juíz vem e concorda. E aí vira uma bola de neve, não?


Okay. E como sair desse looping de sofrimento?

Precisamos olhar para esse sistema de crenças e quebrar algumas regras deles, aquelas que já não fazem mais sentido e nos fazem mal.

O problema é que, quando pensamos em fazer isso, é como se abrisse uma ferida emocional. E é algo totalmente novo. Quem não tem medo do novo? Morremos de insegurança quando precisamos fazer algo que nos leve a mudar.

Mesmo que o seu sistema de crenças te faça sofrer e esteja errado ao seu ver, é difícil (e inseguro, pensa sua mente), deixá-lo para trás.


A verdade é que depende de você querer. De criar coragem de olhar pra isso, acolher e mudar o que te cabe.

E você só faz isso no seu processo de autoconhecimento. Se abrindo para você, para a sua história.

Se você investigar bem, olhar com carinho e compaixão para todo o seu passado, perceberá alguns padrões de sofrimento que você carrega até hoje.

Se for difícil para você esse processo, procure um profissional, um terapeuta.

O primeiro passo de tudo é tomar coragem. E coragem não é não ter medo. É fazer apesar do medo.

Depois eu aconselho você a buscar uma conexão espiritual maior. Isso te proporcionará mais fé e mais autoconhecimento.

Quando nos conectamos com o Divino, nos lembramos que também somos o Divino. Temos essa faísca dentro de nós. E isso nos dá mais força para agir.

E aí, olhe para a sua história. Observe os padrões. Analise seus pontos de sofrimento e também de alegria. Quais crenças estão por trás disso tudo?

Faça uma lista sincera e empática.

E comece a pensar em mudar algumas delas, as que te causam sofrimento.

Como? Estando presente. Observando você mesmo o tempo todo. Se conhecendo.

Sempre que se perceber sendo guiado por essas crenças, respire fundo. Anote. Externalize. E pense em como você pode mudar aquilo.


O maior fato de todos é: só você pode mudar a sua realidade. E você só consegue isso tendo consciência dela. Estando presente no aqui e no agora.

Que tal começar a fazer mais isso por você?


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